Ilha do Arvoredo, Santa Catarina. |
Cenário: Ilha do Arvoredo, em Santa Catarina, últimos dias de 1848. Moradores de Ponta das Canas, Canasvieiras e Porto Belo começaram a avistar uma “fogueira
ardendo todas as noites” em uma das encostas da ilha. Curiosos para
saber do que se tratava, alguns poucos corajosos rumaram para a ilha em busca de explicações, deparando-se, então, com
a figura misteriosa de um monge.
Pelas narrativas, ele era um “venerando ancião, de alta estatura, vestido com
um burel remendado e de longas barbas brancas”, segundo afirmou o iminente pesquisador Virgílio Várzea. De
acordo com os primeiros pescadores que para lá se dirigiram, o monge “andava fazendo vida santa”, mas
também ensinava rezas e curava doentes com benzeduras e cozimentos, confirmou José Boiteux. A todos que o procuravam em sua furna na Ilha do Arvoredo,
recebia com afabilidade e carinho, pois logo deve ter percebido que não poderia
ali permanecer sem a assistência dos moradores que o supririam com alimentos. Por ser uma história baseada em depoimentos orais, não
se tinha certeza se algum monge de
fato esteve na Ilha do Arvoredo, dando-nos a sensação de tudo não passar de
lenda. Na verdade, algumas lendas nascem de acontecimentos “reais”, e a
passagem de certo monge pela Ilha do
Arvoredo, entre o final de 1848 e início de 1849, é um destes casos. Porém, antes de analisarmos a
estada do monge na Ilha, veremos, a partir da próxima postagem, como
ele chegou até esse local.