quinta-feira, 17 de abril de 2014

OS MANUSCRITOS DO EREMITA DAS AMÉRICAS

Ao final de sua vida, por volta de 1864, quando estava morando no alto do Cerro Tecolote, norte do Novo México, o eremita italiano João Maria de Agostini tomou a decisão de contar suas experiências para alguém de confiança, ditando, de memória, os principais momentos da extensa jornada pelas Américas. Totalizando pouco mais de cem páginas, estas anotações deveriam servir para que a sua história fosse divulgada às gerações vindouras e não caísse no esquecimento. Vaidade do eremita? Certamente, mas não era incomum missionários escreverem sobre suas vidas relatando feitos extraordinários para terem seus nomes para sempre lembrados. Contudo, os manuscritos tiveram um percurso diferente daquele pensado pelo eremita, não alcançando a quantidade de leitores que o autor tinha em mente. Por muitas décadas os papéis ficaram guardados como relíquia por uma família do Novo México; depois, passaram de mão em mão até serem declarados desaparecidos por pesquisadores da atualidade. Felizmente, há uma cópia feita em 1925, que utilizo quase em sua totalidade no último capítulo do livro: O EREMITA DAS AMÉRICAS



Editora da UFSM, 2014. Lançamento: 30 de abril de 2014, na Feira do Livro de Santa Maria
Passados exatos 145 anos da morte do eremita João Maria de Agostini - fato ocorrido em 17 de abril de 1869, nos longínquos desertos do Novo México -, quero prestar essa singela homenagem a quem considero um admirável sujeito. Se os manuscritos estão momentaneamente desaparecidos, aí está o livro para cumprir com o objetivo do autor morto há um século e meio.

PS: Ok, eu sei que o livro e os manuscritos têm funções diferentes, destinados a públicos distintos, visando atender demandas completamente opostas. Mas não poderia deixar de aproveitar o momento.